Sociedade Brasileira de Urologia enfatiza a importância do toque retal

25-01-2009 17:51

Frente à notícia veiculada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) na imprensa sobre o câncer de próstata, SBU ressalta que doença é assintomática e detecção tardia pode ocasionar a morte

Nesta sexta-feira, 14, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) distribuiu à imprensa um texto em que a gerente da sua Divisão de Gestão da Rede Oncológica desaconselha o exame de toque retal e a dosagem do PSA como rotinas para detecção do câncer de próstata.

Em razão dos prejuízos à saúde do homem que essa posição do Inca pode implicar, a Sociedade Brasileira de Urologia, a Sociedade Brasileira de Urologia-Seção São Paulo e a Sociedade Brasileira de Urologia-Seção Rio de Janeiro sentem-se no dever de esclarecer que:

• 40% dos homens com câncer de próstata clinicamente significativo, ou seja, com alto risco de morte pela doença, não apresentam sintomas no momento do diagnóstico.

• O câncer de próstata aumenta sua incidência com o avanço da idade. Considerando que a expectativa de vida do brasileiro está se ampliando, é certo que as possibilidades de ocorrer metástase originada no câncer de próstata são maiores quanto mais tempo a pessoa viver. 

• Dados do Inca mostram que em 1999 ocorreram 14.500 novos casos de câncer de próstata no Brasil, números que subiram para 35.240 em 2003, para 46.330 em 2005 e para 49.539 em 2008. Esse crescimento é uma constatação de que o câncer de próstata é uma questão de saúde pública. 

• A incidência e a mortalidade do câncer de próstata são exatamente as mesmas que o câncer de mama. Não se vê, contudo, aconselhamentos para que as mulheres deixem de fazer exames para detecção precoce do câncer de mama. 

• A mortalidade pelo câncer de próstata diminuiu 4% nos últimos dez anos nos EUA, regredindo para níveis similares aos registrados em 1957. Este fato deve-se: ao diagnóstico precoce; ao uso clínico do PSA; à popularização da prostatectomia radical; à conscientização pública sobre a doença. 

• Na cidade de Tirol, na Áustria, foi instituído, em 1998, um programa gratuito de prevenção do câncer de próstata. Como resultado, em 2008 as mortes por câncer de próstata caíram 54% na localidade. 

• A ciência ainda não tem meios para identificar qual câncer vai evoluir e qual permanecerá assintomático. 

• A disfunção erétil ocorre em até 50% dos homens submetidos à extração da próstata; a incontinência urinária atinge 2%. 

• A exemplo da Academia Americana de Urologia, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens façam, anualmente, o exame de toque retal combinado com a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) após os 45 anos de idade. Os que tiveram antecedentes familiares de câncer de próstata (pai ou irmãos), devem fazer esses exames após os 40 anos. 

• Esperar a ocorrência de sintomas para procurar cuidados médicos pode fazer com que o câncer de próstata esteja em estágio avançado, com impossibilidade de cura.